14 de mai. de 2012

A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por Rosana dos Santos



O curriculo na Educação Infantil tem sido motivo de grandes polêmicas, muitos são os educadores e pesquisadores que discutem sobre este tema, tentando desta forma romper com certos equívocos relacionados. Nesta perspectiva, sendo a avaliação algo inerente ao curriculo, vemos que não se pode pensar em curriculo sem falar em avaliação, sendo esta última algo de suma importância para alcançar alguns objetivos propostos pelos próprios documentos que contribuem para a realização da construção do curriculo na educação infantil.
Afim de redefinir metas e estratégias para enfrentar os diversos problemas da vida, o homem enquando ser dinâmico, ocupa-se constatemente em se auto-avaliar, bem como fazer juízo de tudo e todos. Nós constantemente estamos avaliando nossos filhos, amigos, companheiros, e nós mesmos. Logo no ambiente escolar não é diferente. O educador estar constantemente avaliando os seus alunos, todavia não se deve apenas avaliar os estudantes, mas todas as condições com as quais eles desenvolvem ou não a sua aprendizagem e todo o seu desenvolvimento humano e social.
Por muito tempo ao se falar em avaliação, pensava-se logo em prova, nota; atualmente, muitos são os educadores que buscam pesquisar e trazer boas reflexões sobre o verdadeiro objetivo da avaliação, desmitificando sua antiga concepção que imperava no âmbito educacional.
Com o advento da nova perspectiva de avaliação, vemos que esta não deve se restrigir a mera comparação, julgamento ou classificação dos alunos. A avaliação deve ser vista de forma diferente; ela deve possibilitar ao educador a obtenção de informações e subsídios capazes de favorecer o desenvolvimento das crianças e ampliação de seus conhecimentos.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) em seu artigo 10 afirma que:




As instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação.(2009, p.21)



Logo, a avaliação na educação infantil só tem sentido se for com o intuito de buscar trajetos para o melhor desenvolvimento cognitivo e sociocultural da criança. Avaliar nesta perspectiva significa refletir sobre a própria prática pedagógica, é analizar o que está facilitando ou dificultando a aprendizagem das crianças, para em seguida tomar medidas que venham contribuir no ato de ensino aprendizagem, isto é, medidas que venha se ajustar a sua pártica conforme às necessidades e especificidades das crianças.

Sendo assim a avaliação na educação infantil não deve se restringir apenas à criança; o processo avaliativo deve levar em consideração todo o contexto em que se dá a aprendizagem dos alunos, tais como: a coordenação pedagógica; a instituição educativa, em sua totalidade (gestão institucional, relação família/escola, estrutura e dinâmica de funcionamento da instituição, etc); o professor (sua formação e dificuldades no ato de ensinar) e a criança (seus conhecimentos experiências e limitações).
O êxito da aprendizagem é uma conquista da criança, que constroe e resignifica o conhecimento, portanto o professor deve possibilitar aos alunos o acompanhamento de suas conquistas e dificuldades, bem como suas possibilidades ao logo do seu processo de aprendizagem. A Lei de Diretrizes e Base para a Educação (LDB), no que se refere à educação infantil, estabelece na seção II, artigo 31 que: "... a avaliação far-se-à mediante o acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso a Ensino Fundamental", (2008). Logo o professor deve por meio de registros, fotografias, gravações ou até mesmo através de um portfólio, acompanhar os avanços e/ou regressões apresentadas pelos educandos ao longo de seu caminho na Educação Infantil.
Zilma Oliveira em seu artigo O Currículo na Educação Infantil: o que propõem as novas Diretrizes Nacionais? Afirma que:


A avaliação deve se basear na observação sistemática dos comportamentos de cada criança, das brincadeiras e interações das crianças no cotidiano, com utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns, etc), feita ao longo do período em muitos e diversificados momentos.
A documentação dessas observações e outros dados sobre a aprendizagem da criança devem acompanhá-la ao longo de sua trajetória da Educação Infantil e ser entregue por ocasião de sua matrícula no Ensino

Fundamental para garantir uma atenção continuada ao processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança e compromissada em apontar possibilidades de avanços. (2010, p.13)  



Portanto, Zilma Oliveira propõe que o educador faza seus registros a respeito dos alunos, até mesmo para se ter uma melhor organização quanto estiver elaborando e planejando suas atividades, para que estas sejam adequadas com a realidade e capacidade dos educandos. Essa estrátegia avaliativa contínua, onde valoriza todos os aspectos do desenvolvimento da criança, colabora também na continuidade do processo de aprendizagem das mesmas, se tais registros forem socializados para etapas poteriores à Educação Infantil.
Logo, a avaliação que contempla todos os aspectos contextuais da Educação Infantil, certamente estará potencializando uma prática avaliativa que valorize e respeite a subjetividade de cada criança, pois a avaliação tem como pressuposto ofertar ao educador oportunidades de observar continuamente se a sua metodologia, está possibilitando ou não ao estudante os objetivos propostos por esta etapa de ensino. Sendo assim o professor deve avaliar a si mesmo ao aluno e todo o processo de ensino – aprendizagem.



A CONSTRUÇÃO DO CURRICULO NA EDUCAÇÃO INFANTIL







REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Ordália. Avaliação na Educação Infantil com o protagonismo da criança. Presente! Revista do Educador, ano XVIII (69): p. 35-41, dez 2010/mar 2011.

Avaliação Formativa. Disponível em: < http://www.pedagobrasil.com.br/pedagogia/avaliacaoformativa.htm >. Acesso em 19 de abril de 2011. BRASIL.Lei de Diretrizes e Bases 9.394, de 1996. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 2008.
BRASIL. Parecer CNE/CEB nº. 20, de 11/11/2009. Brasília, 2009.
BRASIL. Resolução nº. 5, de 17/12/2009. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília, 2009.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de. O currículo na educação infantil: o que propõem as novas Diretrizes nacionais? Belo Horizonte, 2010.

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